A Psicologia Transpessoal é uma abordagem da Psicologia considerada por Abraham Maslow (1908-1970) como a “quarta força”, sendo a primeira força a Psicanálise, seguida do Comportamentalismo, e do Humanismo.
A Psicologia Humanista havia surgido como uma reação ao determinismo dominante nas outras práticas psicoterapêuticas à época, ensinando que o ser humano possui em si uma força de autorrealização, que conduz o indivíduo ao desenvolvimento de uma personalidade criativa e saudável.
No entanto, dentro da Psicologia Humanista, nas observações de seus próprios Fundadores, Maslow e Sutich, foi crescendo a ideia de que algo faltava a esta escola: o aspecto espiritual; os fatores incomuns da consciência; até que aceitaram as idéias de Stanislav Grof, que falava dos estados não ordinários da consciência e estruturas diferentes, como o estado de vigília, o inconsciente freudiano e o inconsciente coletivo, entre outros. A esta nova abordagem, nascida em 1967 nos EUA, foi dada o nome Psicologia Transpessoal.
Assim, a transpessoal tem como objeto a compreensão do sujeito a partir do estudo da consciência e seus estados não ordinários, observando também os atravessamentos biológicos, sociais e econômicos, buscando assim uma visão integral da pessoa em situação de cuidado. Tem o fazer clínico enquanto artesania que perpassa as dimensões espiritual, corporal e política. Atua agregando diversos recursos técnicos como a meditação, visualização criativa ou técnicas de relaxamento, por exemplo. É uma abordagem compreensiva, na qual o sujeito atua de forma ativa no processo terapêutico e todas as suas dimensões são levadas em consideração.
Por fim, a psicologia transpessoal busca considerar, também, as crenças do sujeito e tradições da comunidade que corroboram para a manutenção da saúde mental e física deste como sendo aliados do processo psicoterapeutico.